domingo, 8 de fevereiro de 2009

Manifesto por AURORA - projecto para uma eco-aldeia sustentável

O futuro depende de nós.
As consequências da inconsciência que pautou os últimos milénios está agora a bater-nos à porta.
A crise é um reflexo do grande vazio que assolou o planeta e a humanidade.
Mas a crise é, também, uma oportunidade. Uma oportunidade de olharmos à nossa volta e vermos os danos que a nossa mente e as percepções distorcidas fazem ao Mundo em nosso redor.
O ser humano está constantemente a evoluir.
Podemos evoluir por consciência ou necessidade.
A crise faz com que tenhamos de evoluir por necessidade.
Aqueles que têm estado mais atentos nos últimos anos, têm evoluido também por consciência e têm despertado e têm-se preparado.
Então que a necessidade traga a consciência, e não só as dificuldades.
A resposta aos problemas pessoais a planetários é a consciência, a liberdade da mente de criar alternativas.
Vivemos num mundo desequilibrado, em que esgotamos os recursos e destruímos as heranças da sabedoria ancestral e milenar que nos trazem os ensinamentos e a cura necessária à nossa mentalidade doente.
Tudo devido ao paradigma de medo, ganância e consumismo doentio que as nações hegemónicas têm imposto de forma grotesca nas nossas vidas e realidades. A arrogância do imaturo Ocidente, uma criança mimada com armas na mão.
Mas não é tempo de sofrermos, é tempo de despertarmos.
É tempo de recordar a sabedoria ancestral, é tempo de restaurar o Equilíbrio, de curarmos as nossas feridas emocionais, de desfazer as palas e as correntes dos nossos pensamentos e do nosso olhar
e de cooperar com confiança e gratidão, para criar a Abundância em vez de perseguir obcessivamente o lucro.
Tal como o cancro e a depressão, a Ganância também é uma doença, que nos cega, que nos vicia, que nos alucina, e que nos faz adormecer para o respeito pela vida e pelos outros.
Perguntem a qualquer ecossistema, um dano aqui é um dano ali.
É tempo de ir além do próprio tempo, e de entrar na Consciência. Reflectir no mundo que estamos a deixar para as gerações que estão a chegar.
Os nossos filhos, os nossos netos,que vão herdar?
Agostinho da Silva falava muitas vezes da abolição do trabalho, de como o homem evoluiu tanto a nível tecnológico que hoje em dia pode criar máquinas e ferramentas, para nos livrar de tarefas mecânicas e escravizantes. Com isso ganhamos o precioso tempo, tempo para ver as crianças crescer, tempo para os que nos são queridos, tempo para nos enriquecermos, nos descobrirmos e nos podermos dar ao mundo.
Porque continuamos a investir rios de dinheiro em estádios, em TGV's e em centros comerciais?
Porque continuamos a deixar este nosso complexo de inferioridade ser compensado por gastos inconscientes achando que a Economia vai salvar o país e que só através do suposto progresso material vamos evoluir e desensolver a nação e fazê-la avançar?
Nada somos contra o poder da Mãe Natureza e ela pede-nos, uma e outra vez, através das suas espreguiçadelas gigantescas, com furacões e tempestades, que paremos, pensemos e sigamos uma nova direcção.
Um novo ritmo. Temos de aprender a respirar com ela.
Não foi por sermos pequenos que isso que nos impediu de chegar a África, à Índia e ao Brasil, numa altura em que não havia tecnologia, apenas muito estudo, sabedoria, dedicação, e principalmente, muita fé.
Uma fé que acabou por dogmatizar outros povos com os quais tanto podíamos ter aprendido acerca da vida natural, quando se transformou em febre e sede de poder e domínio, mas acreditámos e cumprimos a missão.
Mas essa missão não terminou, e é exactamente por sermos pequenos que para nós pode ser simples encontrar uma solução para esta crise gigantesca que nos atormenta a mente, nos faz cair em depressão, entrar em desespero e alimentar os nossos medos.
Num país pequenino, com tantas ferramentas de comunicação ao nosso dispor como a internet, os web sites, mailing lists e fóruns, eu venho propor um modelo Auto-Suficiente de Cooperação Constante.
Porque não pressionamos o governo a criar projectos de eco-aldeias que sejam modelos de sustentabilidade para o Mundo Inteiro?
Pequenas aldeias com unidades de cura, unidadades de parto natural, criatividade, ensino.
Porque não se investe em centros com princípios de arquitectura sustentável, construções ecológicas, agricultura biológica, e uma educação renovada que ensine as crianças o que é realmente viver neste mundo?
Não podemos ficar à espera que o governo faça isto por nós, temos de fazê-lo por nós, podemos e devemos fazê-lo, podemos parar de apoiar uma sociedade de moldes antigos e podres que nos faz adoecer através do peso de princípios mortos, retrógrados, instituições corruptas e máscaras de nobreza que perpetuam as injustiças e aumentam o desequilíbrio.
Proponho aqui a troca directa, de produtos, serviços, saberes, experiências, proponho aqui a leveza, proponho aqui a Confiança, a criação de uma rede de cooperação.
Proponho aqui a escolha das alternativas que existem para tudo.
Proponho que deixemos os nossos vícios de paladar que nos envenenam o corpo a mente. Os nossos vícios e obsessões mentais que nos envenenam a Alma e o Espírito de experienciar a alegria e o Amor.
A negatividade intoxicou a nossa mentalidade.
Os medos, as dúvidas, e a dualidade impedem-nos de ter clareza, de confiar em novas direcções.
Temos medo de fazer as perguntas certas. Ensinam-nos a suprimir este vazio através do materialismo e do consumismo, e o que acontece é que esse buraco negro fica cada vez maior, quanto mais o alimentamos, ficamos cada vez mais doentes. Cada vez mais longe do nosso centro de criatividade, de alegria, de Presença, da Aprendizagem, da Humildade.
Quero que os meus filhos sejam educados para saber criar e pensar, não para serem robots, não para terem medo de Ser.
Estamos numa Encruzilhada, e a crise é uma oportunidade que nos põe o poder da escolha na nossa mão.
Tal como nos descobrimentos portugueses, a nossa Nação é neste momento uma embarcação vulnerável num caminho enevoado, num mar tempestuoso, mas a Urgência da Mudança, pede que nos entreguemos, e tal como há 500 anos viajámos nos mares do desconhecido, neste momento viajamos no mar da Consciência, e ao fazermos o melhor uso das ferramentas da comunicação, conseguiremos criar uma rede sustentável de cooperação que criará Abundância para todos, desde que consigamos erradicar a Ganância e o Medo do nosso coração. Vamos mergulhar juntos. Vamos saltar juntos.
Não é um discurso político, é um poema pela Vida.
Sou pelas gerações seguintes. Sou pela ecologia, não pela Economia.
Não sou de esquerda, nem de direita, sou pelo Futuro. E o Futuro chegou.
Não estamos a caminhar para o Abismo, estamos a regressar ao Paraíso, onde sempre estivémos a todos os segundos da nossa existência.
Mas este regresso da sabedoria ancestral não é um regresso aos tempos primitivos, pois podemos ter conforto, podemos ter qualidade de vida, na mesma, simplesmente não vamos abusar da Terra, vamos trabalhar em conjunto com ela, vamos restaurar o Equilíbrio.

Obrigada e que todos juntos possamos Restaurar o Equilíbrio.

2 comentários:

  1. QUE BOMMMMM!! Q ue a mae natureza te abençoe e te ajude a continuar a espalhar esta mensagem!!Eu estou contigo!! Força:) Quantos mais formos melhor!é mais fácil caminhar de mãos dadas!
    És de onde?
    Um abraço cheio de luz
    sofia
    quintanemus.blogspot.com

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  2. Estamos juntos maninha ; )

    http://sublimart.blogspot.com/

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